VOO
EM
PORTUGUÊS
Timor Leste


República Democrática de Timor Leste
Capital: Díli
Moeda: Dólar norte-americano
Idioma oficial: Português e tétum
No século XV, quando os primeiros portugueses chegaram à ilha de Timor, ela estava dividida em vários reinos. Nos séculos seguintes, foi estabelecido um grande intercâmbio comercial, mas sem colonização efetiva. A partir do século XVIII, a ilha foi dividida entre a Holanda, que passou a ocupar a porção ocidental, e Portugal, que dominou a parte oriental da ilha. Na região são faladas cerca de 16 línguas, as de maior importância são o tétum, o mambae, o tokodede, o kemak, o fataluku, o galoli, o makasae e o bunak. O tétum era utilizado como língua franca entre os reinos antes mesmo da chegada dos colonizadores. Isso fez com que os portugueses, os funcionários das administrações portuguesas próximas e os missionários também a utilizassem como instrumento de comunicação. A grande interação existente entre os falantes das duas línguas fez com que o tétum incorporasse uma parte significativa do vocabulário da língua portuguesa.
Após a independência de Portugal, em 1975, o país sofreu com a dominação indonésia até 1999, período durante o qual o português foi considerado lingua non grata, principalmente a partir da década de oitenta, quando foi repudiada pelos indonésios e passou a ser a língua da resistência armada.
Durante este período, o bahasa indonésia, uma variedade da língua malaia, passou a ser a língua oficial do país, o tétum tornou-se a língua da Igreja Católica e o português sobreviveu de modo bem restrito. A língua do antigo colonizador era utilizada clandestinamente em casa, especialmente entre os mais velhos, na resistência armada, em raros escritos e na missa da Igreja Motael, única na capital Dili que não renunciou ao seu uso.
A ocupação indonésia teve um caráter violento, com uso da força bruta e desrespeito aos usos e costumes culturais do povo timorense, o que explica a rejeição política ao idioma malaio, após a libertação em 1999, e a adoção do português como língua co-oficial ao lado do tétum.
Apesar de seu status de língua co-oficial do país, desde 2002, o português é falado por uma parcela pequena da população e o governo reconhece a carência de professores nativos aptos a ensinar a língua. No sistema educacional, existe a predominância do malaio e do inglês como línguas de ensino, pois o tétum não possui um léxico publicado e o português, na maioria das vezes, não é dominado pelos professores e/ou alunos.
Gomes, Chiara Araujo. Relatório OPLOP 03 - Abril: A língua portuguesa nos países da CPLP (Parte I) – Fragmento.