Os primeiros textos escritos em português surgem no século XIII. Nessa época, o português não se distingue do galego, falado na província (hoje espanhola) da Galícia. Essa língua comum – o galego-português ou galaico-português – é a forma que toma o latim no ângulo noroeste da Península Ibérica.

Portugal constituiu-se como reino independente no século XII, quando Afonso I (Afonso Henriques), filho do conde Henrique de Borgonha, se tornou independente do seu primo Afonso VII, rei de Castela e de Leão. É à batalha de São Mamede (1128) que, tradicionalmente, se faz remontar a independência de Portugal, ainda que Afonso Henriques só se tenha feito reconhecer como rei nos anos seguintes. Separando-se de Leão para se tornar reino independente, Portugal também se separava da Galícia, anexada definitivamente ao país vizinho – reino de leão, reino de Castela e, finalmente, reino de Espanha.

A invasão mulçumana da Península Ibérica em 711 e a Reconquista Cristã são acontecimentos determinantes na formação das três línguas peninsulares – o galego-português a oeste, o castelhano no centro e o catalão a leste. Estas línguas, todas nascidas no Norte, foram levadas para o Sul pela Reconquista Cristã.

                TEYSSIER, Paul; tradução Celso Cunha. História da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1997. (texto adaptado)